Regimento de Infantaria Nº2

30 de Julho é dia de festejo para o Regimento de Infantaria Nº2, pois nessa data terminou a batalha dos Pirinéus, e se concluiu o esforço conjunto luso-espanhol para a expulsão dos invasores franceses. Beresford denominaria a unidade de “Valorosa Brigada Algarvia”, pelo seu empenhado contributo nessa batalha.


foto picada deste blogue, onde poderá saber muito mais sobre a história militar de Lagos, do final da época moderna à época contemporânea.

nu...beleza pura ou profana?

RaioX de autor desconhecido, recebido por mail

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«A falácia do voto em branco
Nós, os descontentes e aqueles que (ainda por cima em sinal de burrice cívica) vão às Mesas de voto colocar em branco... o seu voto (?), por um lado não nos preocupámos em exigir melhores partidos políticos (que acabam por ser puros sindicatos financeiros, financiando-se à custa do dinheiro dos nossos impostos e permitindo que os deputados e outros titulares de cargos públicos, de institutos públicos e de sectores empresariais do Estado, tenham rendimentos manifestamente imorais e injustificados para as funções que lhes foram - ? - confiadas); e, por outro lado, preferimos dizer mal em vez de reagir como cidadão, sob a desculpa de que não vale a pena mudar porque não se conseguirá nada. »
By: Pedro Sousa
To: Members in Pela Moralização das Contas Públicas do Estado Português

Como alternativa, passo-a-passo:  http://www.peticaopublica.com/?pi=201001a

100 anos, já está caquética.


«Essa Primeira República era intolerante, pouco democrática, antioperária, anti-sindicalista, tão corrupta como todos os regimes, tinha uma clientela venal e convivia bem quer com milícias violentas, quer com o embrião de uma polícia política …»
Pacheco Pereira in Público 2010-07-17


Pois, é tudo isso que os republicanos de hoje tanto estimam e celebram? Um século de merda? Uma merda um bocadito melhor do que a do século anterior, nada mais?

O dia em que passei uns minutos pelas brasas


Vai fazer sete anos. Este tempo quente e ventoso trouxe-me à memória esse dia 13 de Agosto de 2003. Eram 16h47 e descíamos em coluna pela estrada que liga o sítio do Pincho à Estrada Nacional 120 (duas viaturas auto-tanque, uma ambulância, duas viaturas de apoio e, mais atrás, uns tractores enormes do exército com os respectivos reboques de transporte de máquinas de rasto), quando deparámos com um auto-tanque parado e os seus tripulantes, os voluntários da Pontinha, tentando evitar que o fogo cruzasse a estrada para sul, rumo à povoação de Bensafrim.
Eram chamas alaranjadas e muito altas, agarradas às copas dos pinheiros e dos eucaliptos. Outras, mais baixas, crepitavam amarelas e velozes no mato rasteiro. Do coalhado negrume da fumaça escapavam milhares de faúlhas incandescentes, como será dentro de um fogo-de-artifício, julgo. Ali parou a coluna e se deu combate ao braseiro.
Estarrecido, espreitava pelo visor da máquina, disparando numa cadência rápida, sentindo-me um camera-man de Hollywood no momento em que os efeitos pirotécnicos rebentam no plateau. De súbito, aconteceu o que se pretendia evitar. O flamejante exército do Hades saltou para o arvoredo do lado sul da estrada e toda a atmosfera circundante transformou-se numa gigantesca e intolerável fogueira. Inquieto, inquiri o que comandava ali: - Rui, tens de mandar recuar esta malta?!
A resposta veio imediata, acompanhada por um curto e lento movimento da cabeça que revelou o sorriso daquele antigo companheiro da Escola Secundária, agora com o olhar “hipnotizado” pelos vários dias de acção ininterrupta: - Daqui ninguém sai! Encontramos o “gajo”, é aqui que a gente lhe dá.
Surpreendido pela resposta, deambulei para trás e para diante cumprindo a trintena de metros que nos separavam do resto das viaturas imobilizadas na retaguarda, fotografando e tentando esquivar-me às faíscas (fora boa ideia levar o grosso casaco de Espeleologia, bem podia ter levado também o capacete).
Ali perto, no valado à direita, outro espectáculo decorria. Um homem de meia-idade e cara tisnada, de onde sobressaíam uns olhos brilhantes como faróis rompendo o nevoeiro, com a roupa totalmente empardecida pelo fumo, manobrava habilmente um bulldozer, arrancando estevas e urzes, retirando o alimento à boca da besta enfurecida. E quando parava a poderosa máquina, amaldiçoava, mas com uma expressão divertida – remate grotesco para a sua aparência -, a sorte que tardara todo o dia, dizendo: - Ainda não acertei com nenhum aceiro.
Bem podia insistir em tal vão labor. Os ventos é que mandavam naquela brutal força ígnea, que saltava centenas de metros, senão quilómetros, indo agarrar-se a outros verdes, muito para lá dos atabalhoados aceiros. Ainda assim resistiam, cúmplices e teimosos, ele e a máquina, enfrentando o fogo.
Volto à estrada, onde as agulhetas e um canhão disparam jactos de milhares de litros de água, bombardeando as labaredas e fazendo-as minguar. E eis que o mafarrico amaina e permite retomar a circulação na estrada.
Trocado o banco alto da viatura Tanque, em que viera, por um mais baixo, de carro de apoio, segui para o quartel dos Bombeiros Voluntários de Lagos. Chegava de emoções, por agora. Logo à noite teria mais, nas vizinhanças de Bensafrim.
Destes intensos episódios não esquecerei as expressões e os olhares vivos, a dedicação e a determinação de quem combate quase até à exaustão, e mesmo na maior adversidade confia vencer a Natureza revolta, dando segurança aos seus semelhantes.
Não sei dizer mais nada. Afinal, passei apenas uns minutos pelas brasas.

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Totólogia tautológica

Anexo junto à carta

Tenho para mim, com certeza absoluta, que é facto real a quantia exacta retornar de novo a empréstimo temporário, porque o seu critério pessoal foi demasiadamente excessivo, uma propriedade característica que possivelmente poderá ocorrer com qualquer pessoa humana e que não deixará de constituir uma surpresa inesperada que se deve encarar de frente como uma criação nova, de outra alternativa de sintomas indicativos, juntamente com o elo de ligação que resulta de uma escolha opcional. Há anos atrás todos foram unânimes com os detalhes minuciosos, planeando antecipadamente a última versão definitiva que possivelmente poderá ocorrer em duas metades iguais: a 1 e a 2 inclusive, mesmo sendo expressamente proibido comparecer em pessoa para seguir em frente.



Eis uma chuva de pleonasmos ou redundâncias que resultam em vícios da linguagem.

Ionesco, ontem à noite


Hoje, mais do que nunca, o Teatro do Absurdo encontra eco nas pessoas vazias de esperança e de humanidade em que nos tornámos: seres perdidos, engolidos pelo sôfrego mundo das palavras sem sentido, das palavras desarmadas, desenraizadas, descontextualizadas, desarrumadas, em que o ser se rende aos sentidos fáceis deixando-se atordoar pela melopeia de sons arrítmicos e pelos néones ofuscantes que são os novos discursos. Eis-nos quase autómatos de sentimentos amassados e confundidos, indivíduos incongruentes e à deriva no gigantesco oceano da globalização, esse imediatismo vertiginoso de impulsos binários que reduziu o mundo gigantesco ao tamanho de um ecrã de computador.
O mundo desrazoado, ontem anunciado, é hoje intensamente vivido. Eis porque devemos reflectir sobre esse espelho dos dias que é o teatro de Ionesco, essa relação de tempo e espaço apresentada como se fora o interior de cada um de nós, onde nos esforçamos por encontrar, numa luta permanente contra as palavras desorganizadas em tempestades, o discurso redentor.
Por isso, a premência do regresso a Ionesco, e à sua Cantora Careca - como se fosse uma personagem arquétipo do ser que grita na escuridão em busca do raio de luz salvador.
É o que digo depois do espectáculo da OMINED, ontem à noite no Centro Cultural de Lagos.
E para mais, deixo as palavras do Mestre.
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«Voltar a Ionesco e à sua “Cantora”
Para quem ama a palavra verbalizada, a sua sonoridade, um dos pilares do seu valor semântico e respira nos silêncios vibráteis que as separam, o ocaso do que passou e o prenúncio do que virá; para quem, através da “Cantora Careca” de Ionesco consciencializa a impotência dessa mesma palavra para designar o horrível, cristalizada que está na banalidade dum quotidiano cinzento, onde nada se revela, onde nada se esconde; para quem sente que precisamos urgentemente de ressuscitar o seu poder,… revisitar a “Cantora” é exercício que periodicamente se impõe.
É esta Tragédia do nosso tempo, tragédia da falência da linguagem contemporânea, que Ionesco, um dos maiores tragediógrafos do sec. XX, denuncia, para que, descodificando-a, melhor possamos percepcionar o mundo de hoje.
A tragédia não reside na sociedade do isolamento e da solidão, que é a nossa, apesar dos inúmeros canais comunicacionais ao nosso dispor. Tampouco está na verborreia opaca, digitalizada e ruidosa, publicitando um Estado/Nação que em nome do Pragmatismo, marcando passo, parado, dispersou a ideologia, aliciando a forma a comer o conteúdo, debitando “slogans” por cima de “palavras d’ordem” por demais estafadas.
A tragédia está, na consciencialização destas ocorrências, na tomada de consciência desta realidade. A tragédia resulta da fatalidade (ananke) a que a massificação do discurso haveria forçosamente de conduzir. A tragédia é o assumirmos esta insipidez que resulta da renúncia de verbalizarmos a altitudes mais elevadas, preferindo o nível rasteiro dos cobertos infestantes, que massivamente se reproduzem, tudo asfixiando à sua volta.
Tomar conhecimento deste trágico corte no passado/futuro, na esperança (vã?!) de encontrarmos outro Norte, será, talvez, o último paliativo (?!) ou o primeiro curativo(?!), com que nos poderemos auto-medicar.
Duval Pestana
Maio de 2010»
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Nozolino tem razão

«PAULO NOZOLINO DEVOLVE PRÉMIO AICA/MC
COMUNICADO
Recuso na sua totalidade o Prémio AICA/MC 2009 em repúdio pelo comportamento obsceno e de má fé que caracteriza a actuação do Estado português na efectiva atribuição do valor monetário do mesmo. O Estado, representado na figura do Ministério da Cultura (DGARTES), em vez de premiar um artista reconhecido por um júri idóneo pune-o! Ao abrigo de “um parecer” obscuro do Ministério das Finanças, todos os prémios de teor literário, artístico e científico não sujeitos a concurso são taxados em 10% em sede de IRS, ao contrário do que acontece com todos os prémios do mesmo cariz abertos a candidaturas.
A saber: Quem concorre para ganhar um prémio está isento de impostos pelo Código de IRS. Quem, sem pedir, é premiado tem que dividir o seu valor com o Estado!
Na cerimónia de atribuição do Prémio foi-me entregue um envelope não com o esperado cheque de dez mil euros, como anunciado publicamente, mas sim com uma promessa de transferência bancária dessa mesma soma, assinada por Jorge Barreto Xavier, Director Geral das Artes. No dia seguinte, depois do espectáculo, das luzes e do social, recebo um e-mail exigindo-me que fornecesse, para que essa transferência fosse efectuada, certidões actualizadas da minha situação contributiva e tributária, bem como o preenchimento de uma nota de honorários, onde me aplicam a mencionada taxa de 10%, cuja existência é justificada pelo Director Geral das Artes como decorrendo de um pedido efectuado por aquela entidade à Direcção-Geral dos Impostos para emitir “um parecer no sentido de que, regra geral, o valor destes prémios fosse sujeito a IRS”.
Tomo o pedido de apresentação das certidões como uma acusação da parte do Estado de que não tenho a minha situação fiscal em dia e considero esse pedido uma atitude de má fé. A nota de honorários implica que prestei serviços à DGARTES. Não é verdade. Nunca poderia assinar tal documento.
Se tivesse sido informado do presente envenenado em que tudo isto consiste não teria aceite passar por esta charada.
Nunca, em todos os prémios que recebi, privados ou públicos, no país ou no estrangeiro, senti esta desconfiança e mesquinhez. É a primeira vez que sinto a burocracia e a avidez da parte de quem pretende premiar Arte. Não vou permitir ser aproveitado por um Ministério da Cultura ao qual nunca pedi nada. Recuso a penhora do meu nome e obra com estas perversas condições. Devolvo o diploma à AICA, rejeito o dinheiro do Estado e exijo não constar do historial deste prémio.
Paulo Nozolino
1 de Julho de 2010»
Texto retirado daqui

O Nozolino tem razão, sobretudo porque não é um subsídio dependente, um desses que vivem agarrados à teta do Estado, e que não teriam razão em protestar o que protesta o Nozolino, porque ele nunca pediu nada. Mas falha como fotógrafo, artista de olho alerta, que já devia saber que este país é gerido por um Estado mafioso. Andou demasiado tempo por terras de Sua Majestade, ficou formatado noutra realidade, mais justa e pragmática.
Não saberá ele que neste país se taxa e cobra imposto sobre uma doação benemérita de cariz humanitário, tal como uma doação de dinheiro a um hospital?
Eis porque os principais agentes do Estado se fazem pagar por tabelas salariais das mais altas da Europa. Para poderem pagar os respectivos impostos...
Bem-vindo à república das bananas que se chama Portugal, senhor Nozolino. Eis a nova Democracia que veio substituir o velho Estado Novo.

foto: Nozolino, por J.P. Coutinho do JN