«"Peter Brabeck, presidente da Nestlé, diz:
Existem basicamente dois pontos de vista sobre a água: um é aquele das
ONGs, que eu chamaria de extremo, e que deseja que o acesso ao bem seja
nacionalizado; em outras palavras, todos os seres humanos deveriam ter acesso
ao bem, a água. Uma solução extrema, de facto.
A outra visão indica a água como uma commodity (um bem) e, como tal, deve ter um valor de mercado. É preferível, na minha opinião, atribuir um valor a uma commodity, estaremos todos mais conscientes do facto de que ela custa. Então, vamos tomar as medidas adequadas para as franjas da população que não conseguem ter acesso."
A outra visão indica a água como uma commodity (um bem) e, como tal, deve ter um valor de mercado. É preferível, na minha opinião, atribuir um valor a uma commodity, estaremos todos mais conscientes do facto de que ela custa. Então, vamos tomar as medidas adequadas para as franjas da população que não conseguem ter acesso."
Não contente, diz estar satisfeito (na verdade os termos são
"orgulhoso e feliz") por cada garrafa de qualquer bebida que toma o
lugar duma garrafa de água, especialmente no caso das crianças. É o sintoma
definitivo, não precisamos de mais provas: o chefe da Nestlé é uma pessoa
doente, muito doente e socialmente perigosa.»
2 comentários:
Me parece que o certo é que 1 - nem a água deixará de ser um bem nacionalizado, por norma 2 - nem, por isso, deixará de ser um bem i)a médio prazo, escassíssimo, e ii)cada vez mais caro, sob todos os aspectos.
O certo é que relativamente a esse bem, imprescindível, se vai fazendo o caminho "profetizado", há cinco décadas, por Jean-Jacques Servan Schreiber. Esses "equilíbrios" hão-de estabelecer-se pelas mais tradicionais e antigas vias. E o caminho pejado de milhões de inocentes.
...até lá, nós, os civilizados, entretemo-nos com estes dissimulados «dissensos» que, convenhamos,só nos fica bem, mas vale de pouco.
Pois será (e não o é já?) "um bem escassíssimo, e cada vez mais caro, sob todos os aspectos." mas entendo-o como um bem que deve ser inalienável à esfera do Estado - e já está a deixar de ser assim em vários países. Deverá ser o Estado a regularizar a sua distribuição e consumo, garantindo-o a todos (nas proporções em que se afigure possível perante a escassez que se agiganta). Hoje, ainda vale pouco esse dissenso, mas devia ser valorizado. Espero que o seja.
Enviar um comentário