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Nas séries televisivas americanas, como aliás em quase todas as produções holywoodescas, impera demasiado artificialismo (no sentido de distanciamento do real), onde é fácil detectar que se trata de um plateau super-encenado. Já nas séries britânicas há mais naturalidade e maior aproximação ao real, seja no que toca à maquilhagem dos actores seja no que concerne à Fotografia (particularmente no campo da iluminação).

Outro aspecto que detesto na “escola” americana é o tempo, a rapidez com que as cenas se sucedem; e detestando também o oposto, a lusa modorra entediante dos filmes de Manuel de Oliveira p. ex., encontro no tempo da cinematografia britânica a dinâmica que considero mais atractiva.

É verdade que também prefiro a arte de representar britânica, que considero muito superior à americana, mais sólida e convincente, embora admita que em parte isso se deva a não conhecer tão bem os actores britânicos, pelo que os seus personagens não vêm inquinados com a carga de personagens anteriores, como acontece amiúde com os actores americanos.

Generalizar não é coisa ajuizada pelo que ressalvo as excepções: As várias “escolas” de audiovisuais americanas produziram ao longo dos tempos centenas de excelentes obras, e alguma obras-primas incontornáveis na história do cinema e da televisão. Diria é que, comparativamente, i. e. considerando as dimensões volume e escala, os norte-americanos ficam muito aquém da tríade europeia: ingleses, franceses e italianos.

Obviamente, trata-se de uma opinião subjectiva, como subjectiva é - porque pessoal - toda a interpretação que se faça do universo das imagens.

Em todo o caso, e em matéria de filmes e séries, americano ou americanizado, não, obrigado! Continuo a achá-los demasiado “infantis”; ainda que reconheça, e talvez por isso mesmo, que continuam a ser os mestres do entretenimento. Já acerca do mundo da música tenho opinião muito diferente, pelo que não se trata de nenhum preconceito contra a cultura norte-americana.

Prefiro uma série simples britânica, como MidSomer Murders, ao aparato cénico, plástico, e distante da minha realidade, que é a série norte-americana Blue Bloods.

Uma nota final para referir que tem sido muito interessante apreciar as produções internacionais de países da região escandinava (em sentido amplo: Dinamarca, Suécia, Noruega, Islândia e Finlândia), com a participação de norte-americanos, ingleses, franceses e outros, em excelentes realizações que rejuvenescem e actualizam a indústria da ficção tele/cinematográfica; talvez resultado da mistura dos contributos das diferentes escolas e culturas?!

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