«Reduzir a História ao racional, a uma perspectiva
unicamente científica, ou usar apenas os métodos exactos é amputar esta
ciência, enfeudá-la numa região de frieza, e distorcer os factos. Factos
históricos que, como todos sabem, são também construídos, porque só um deus ou
um ser extra-temporal e extra-espacial, fora das humanas contingências, poderia
analisar com total imparcialidade e inteligência um dado acontecimento.
(…)
… Admitir a diversidade sem necessariamente impor um centro
(e, por consequência, sem criar periferias ou discriminações) é a forma mais
eficaz de admitir que eu sou tão diferente para o outro como o outro é para
mim. Pode parecer uma verdade lapaliciana; porém encarar a diversidade não como
a ideia que eu tenho do outro, mas como a essência do outro, sem parametrizar
ou criar hierarquias, sem conduzir a estereótipos ou simplificações, será uma
conquista maior do que as Descobertas ou a Exploração Espacial.»
in “Dar Novos Mundos ao Mundo”: A Retórica dos Descobrimentos
Portugueses e do Programa Espacial
Norte-Americano
João de Mancelos
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