Prefiro a palavra à imagem, e a palavra escrita à palavra
falada. Acerca da imagem já escrevi anteriormente e não vou repetir,
sublinhando apenas que recorrem ao seu uso exclusivo aqueles que não dominam a
palavra.
E prefiro a palavra escrita à palavra falada porque me falta a paciência para
dialogar com pessoas que não dominam os conceitos, que não têm hábitos de
pensar, e que se limitam a debitar vacuidades, repetindo ad nauseam toda a
espécie de palermices que encontram nas redes sociais ou nas mesas dos cafés.
Participando episodicamente em cavaqueiras com dois ou três amigos, os poucos a
quem reconheço capacidade para alimentar discussões pertinentes e
interessantes, acabo por preferir o silêncio e o isolamento da escrita. Se isto
se deve à intolerância que vem crescendo com a idade, ou se radica na
constatação da futilidade das discussões que oiço, ou em que acidentalmente me
fazem participar, não sei; apenas constato o que acontece.
E do que escrevo, nesse acto solitário, sobram coisas, simples, assim:
O meu neto perfaz hoje dois anos de idade.
Ganhar um neto é das melhores prendas da vida. Rapidamente aquele pequeno ser
se transforma no menino dos olhos dos pais, dos tios, e dos avós. Dele, transborda
a alegria e viceja a nossa ternura num recarregar de energias, num renovado
ânimo destas vidas mais usadas.
Cresces tão rápido, Simão. E depois de um Natal com bonecos e tanta camioneta,
já sei que hoje recebeste a tão desejada trotineta. E no Domingo ainda vais
ganhar um tractor, e um periscópio para transformares a caixa de papelão num
submarino com que viajarás 20 mil léguas abaixo da superfície, e ainda uns
livros para outras viagens fantásticas.
A ti, que nos iluminas os dias e prometes o futuro, muitos Parabéns,
Simão.
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