A Ciclicidade Histórica* não existe para além da teoria fundada na Idade Clássica e prosseguida ao longo dos séculos por uns tantos espíritos escolásticos, a história repete-se porque os protagonistas são imbecis.
Não faço análise dos resultados das eleições, apenas constato, através das palavras do Alexandre M., abaixo reproduzidas, aquilo que é óbvio e que o PS tem feito, ou a que tem dado cobertura, e que irrita grande parte do eleitorado, assim, atirado para os braços dos demagogos da extrema-direita. A democracia morre às mãos dos pseudo-democratas, sobretudo daqueles que têm sido os donos do couto.
«(…) ninguém quer saber da Palestina, do colonialismo, da descolonização dos museus, dos pronomes, dos trans, das pessoas que menstruam e não são mulheres, do teatrinho para acalmar as consciências dos burgueses ricos da esquerda caviar do “Não nos Encostem à Parede.” Falem dos problemas que afectam 95% dos que votam: a precariedade, a desigualdade, a habitação, a carga fiscal pesadíssima, a falta de futuro. Façam política. A sério. Convençam as pessoas. Mostrem-lhes alternativas sérias. E não, não venham com a história que há 1,5 milhões de votantes que são fascistas e racistas. Não quando somos praticamente os mesmos que deram a maioria absoluta ao PS há 3 anos. E que vocês usaram para fazer… zero. (…)» fim de citação.
Com 35% de abstenção, o caminho deste projecto de país continua errado, mas se não há alternativas convincentes, o que fazer, senão adoptar uma atitude semelhante à do Alexandre M.:
«Portanto, estamos aqui: a dois dias das eleições e sem voto decidido. Não por desinteresse, mas precisamente pelo contrário. Porque me importo. Porque ainda acredito que votar é um acto político e, idealmente, ético. Mas quando todos os caminhos parecem ou mal traçados ou vazios de conteúdo, talvez a abstenção consciente ou o voto em branco sejam, desta vez, a única forma de coerência. Até porque um voto meu é dar dinheiro dos meus impostos a um partido.» A.M.
*Ciclicidade
histórica» ou «modelo cíclico da História* - teoria de que o tempo histórico é
circular, repetitivo, determinista, inexorável, fatalista, periódico, com fases
de nascimento, desenvolvimento, declínio e desaparecimento que se alternam e se
repetem até ao infinito.
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