Era uma vez um menino chamado Simão, que passava
férias com os avós. Todas as noites, antes de adormecer, ficava à janela a
olhar as estrelas e pensava: Um dia, vou ser astronauta!
No quarto dos brinquedos, Simão tinha um capacete de astronauta feito de cartão pintado de prata, e um foguetão construído com almofadas e cadeiras. Quando fechava os olhos, imaginava que entrava no foguetão e partia para o espaço. Como os heróis Thunderbirds de que tanto gostava.
Numa dessas noites, sonhou que estava dentro do seu foguetão, a contar em voz alta: Dez… nove… oito… três… dois… um… partida! E o foguetão levantou voo com um rugido e atravessou o céu, passando por nuvens fofas e brilhantes.
Primeiro, visitou a Lua. Saltou de pedra em pedra, deixando pegadas na poeira dourada. Encontrou um coelho lunar que lhe ofereceu um chá de erva-doce. Depois, voou até a um planeta azul onde viviam peixes no ar, a nadar entre pequenas nuvens. Os peixes cantavam canções suaves que faziam cócegas no corpo das pessoas que os ouviam. Por fim, chegou a Saturno, onde as argolas eram feitas de milhões de bolas de gelado que pairavam pelo espaço. Simão provou uma de chocolate e outra de baunilha, eram fresquinhas e muito doces.
Quando o Sol começou a nascer, o foguetão voltou devagarinho à Terra. Simão acordou, ainda com o sabor do gelado nos lábios e um sorriso no rosto. Um dia, pensou, as aventuras não serão só sonhos.
Noutra noite de céu limpo e estrelado, Simão enfiou o seu capacete de cartão e sentou-se no foguetão de almofadas, pronto para mais uma viagem imaginária: Cinco… quatro… três… dois… um… partida!
Desta vez o foguetão levou-o até um planeta coberto de campos verdes, com árvores que brilhavam como candeeiros e flores que cantavam canções alegres. Simão correu pelos prados, acompanhado por pequenos cogumelos coloridos que rodopiavam como piões.
Mais adiante, encontrou um rio de água muito limpa, quase invisível, onde nadavam peixinhos transparentes que iluminavam o caminho. Um deles, muito curioso, ofereceu-se para guiar Simão até ao maior arco-íris do universo, que se estendia de uma montanha de cristal até ao céu. No regresso, passou por uma chuva de estrelas cadentes e apanhou uma delas com uma rede de sonho, para a guardar no bolso. E mais adiante ficou de boca aberta quando passou por ele um automóvel vermelho-vivo, a grande velocidade, era o Faísca McQueen, vejam só!
Quando acordou, já de manhã, sentia ainda o calor suave da estrela junto ao coração. Um dia - murmurou com um sorriso -, vou mesmo lá voltar.
E, desde então, todas as noites, Simão continuou a olhar as estrelas, certo de que o Espaço guardava um lugar especial para ele.
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