Muitas vezes me questiono acerca daquilo que motiva o processo de escrever. O que leva alguém a construir contos, histórias, romances, de carácter mais ou menos biográfico ou de pura ficção. Será a necessidade de comunicar, de contar aos outros algo que julgamos importante?
Ora sempre foi a ausência dessa necessidade que me impediu de publicar o pouco que escrevo. E que porventura me inibiu de escrever mais (e logo, melhor, por via da prática). Na realidade nunca tinha sentido com clareza esse chamamento, essa necessidade. A escrita nunca foi, para mim, mais do que um exercício disciplinador e ordenador das ideias e também nunca terá pretendido mais do que imitar o exemplo de escritores que produziram textos que me tocaram especialmente, incentivado portanto pela beleza dessas obras.
Então, porque escrevo? O que me impele a escrever é o facto de gostar de contar histórias pois antes de mais gosto de conversar, de ouvir e de contar histórias. Mas também desconfio que escrevo porque tu existes e sinto essa necessidade de te escrever. A ti, hipotético leitor. Alguém que, prenuncio, exista e seja o meu leitor sintonizado.
Ou será que escrevo para mim próprio? Pode a escrita ser como a Fotografia? Serão as palavras escritas como que uma fotografia da mente, do que se pensou, imaginou ou sentiu? Pode não interessar a ninguém senão ao próprio, que lê o que escreveu e relembra as suas vivências. Eis a escrita como um acto de solidão espiritual, um monólogo ou, por outro lado, um grito de revolta contra essa mesma solidão a que o escritor se rende, sem esperança de interlocutor.
Escrever pode ser uma forma de canalizar um grande caudal de água que brota incessantemente e que sem ser dirigida para uma saída rebenta com o reservatório que a pretende conter. Escrever pode, portanto, ser uma terapia! Como quando escrevo para burilar esteticamente as estranhas forças que me povoam e para sublimar este ímpeto criativo e dar voz ao turbilhão que sinto em mim. Mas também o faço porque descobri que poucas coisas me dão tanto prazer na vida.
Infelizmente, não produzo mais do que uma escrita simples e mais ou menos límpida, carente de enriquecimento a vários níveis. Mas entendo que para se alcançar uma produção literária de nível aceitável é necessário ler e escrever muito, insistir e ir melhorando. É o que tento fazer.
E agora sinto chegar o momento de tentar contar uma história ficcionada. Tenho consciência de que na escrita uma realidade pode prolongar-se involuntariamente em ficção ou uma ficção pode ganhar estatuto de coisa real. Porém, essa fusão entre verdadeiro e fictício não me perturba. A liberdade de recriar o real misturando-o com o imaginário é, de todo, lícita. Por aí sigo, num exercício de construção literária que, se mais não alcançar, será uma experiência enriquecedora para quem tanta importância atribui ao acto de escrever.
“O que é mais difícil não é escrever muito; é dizer tudo, escrevendo pouco” (Júlio Dantas)
Ora sempre foi a ausência dessa necessidade que me impediu de publicar o pouco que escrevo. E que porventura me inibiu de escrever mais (e logo, melhor, por via da prática). Na realidade nunca tinha sentido com clareza esse chamamento, essa necessidade. A escrita nunca foi, para mim, mais do que um exercício disciplinador e ordenador das ideias e também nunca terá pretendido mais do que imitar o exemplo de escritores que produziram textos que me tocaram especialmente, incentivado portanto pela beleza dessas obras.
Então, porque escrevo? O que me impele a escrever é o facto de gostar de contar histórias pois antes de mais gosto de conversar, de ouvir e de contar histórias. Mas também desconfio que escrevo porque tu existes e sinto essa necessidade de te escrever. A ti, hipotético leitor. Alguém que, prenuncio, exista e seja o meu leitor sintonizado.
Ou será que escrevo para mim próprio? Pode a escrita ser como a Fotografia? Serão as palavras escritas como que uma fotografia da mente, do que se pensou, imaginou ou sentiu? Pode não interessar a ninguém senão ao próprio, que lê o que escreveu e relembra as suas vivências. Eis a escrita como um acto de solidão espiritual, um monólogo ou, por outro lado, um grito de revolta contra essa mesma solidão a que o escritor se rende, sem esperança de interlocutor.
Escrever pode ser uma forma de canalizar um grande caudal de água que brota incessantemente e que sem ser dirigida para uma saída rebenta com o reservatório que a pretende conter. Escrever pode, portanto, ser uma terapia! Como quando escrevo para burilar esteticamente as estranhas forças que me povoam e para sublimar este ímpeto criativo e dar voz ao turbilhão que sinto em mim. Mas também o faço porque descobri que poucas coisas me dão tanto prazer na vida.
Infelizmente, não produzo mais do que uma escrita simples e mais ou menos límpida, carente de enriquecimento a vários níveis. Mas entendo que para se alcançar uma produção literária de nível aceitável é necessário ler e escrever muito, insistir e ir melhorando. É o que tento fazer.
E agora sinto chegar o momento de tentar contar uma história ficcionada. Tenho consciência de que na escrita uma realidade pode prolongar-se involuntariamente em ficção ou uma ficção pode ganhar estatuto de coisa real. Porém, essa fusão entre verdadeiro e fictício não me perturba. A liberdade de recriar o real misturando-o com o imaginário é, de todo, lícita. Por aí sigo, num exercício de construção literária que, se mais não alcançar, será uma experiência enriquecedora para quem tanta importância atribui ao acto de escrever.
“O que é mais difícil não é escrever muito; é dizer tudo, escrevendo pouco” (Júlio Dantas)
1 comentário:
Cá pr'a mim tás mas é marado... rssss.
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