Sentei-me num dos cantos da esplanada para, em cinco minutos, tomar a habitual meia-de-leite, ritual que acompanha o diário Glucophage (coisas de diabético). Ali, ao canto, o meu cachimbo não incomodava a jovem que, no centro da esplanada, tomava o seu pequeno-almoço. Em frente, do outro lado da pequena rua, uma equipa procedia à montagem de um toldo protector da montra da loja de recuerdos. Empoleirado, numa escada, um homem de meia-idade vai aparafusando os suportes do toldo, recebendo a assistência de um jovem Adónis moreno. A rapariga não desvia os olhos do exemplar latino, seguindo-lhe as idas e voltas à viatura de apoio. Cada movimento dele produz uma dentada na tosta que ela deglute afincadamente. Eu acompanho o deslumbramento da jovem e, findo o meu ritual, pago, levanto-me e abandono o local, deixando-a entregue ao seu sôfrego enlevo matinal.