Dia de chuva. Chuva miudinha, da que cai para chatear. Dia de chumbo que acinzenta o ânimo e a alegria. Mas, lá por cima dessas nuvens radia o Sol iluminando o que, cá por baixo, teima em tristeza. Só quem já atravessou estas nuvens numa Asa Delta e descobriu um dia de Verão para lá dessa cortina horizontal de água suspensa percebe quão efémero, falso e enganador é o dia cinzento. Deixo que umas volutas de fumo se soltem do fiel cachimbo e deixo, também, que me enganem essas singelas fumaças, vendo-as ascender e engrossar as névoas suspensas lá em cima. Em breve cairão em lágrimas de um pranto que, esgotado, revelará um sorriso renovado. E amanhã poderá ser dia de praia.
2 comentários:
Como gosto de ler
que seja em prosa não interessa
a mágica palavra do poeta:
fico a saber que dá umas passas
e anda de asa-delta
tb gostei. Desliza. :)
a mim não me entristecem os dias cinzentos, o ar mais fresco, a humidade do sueste, a nublaça. Se há dias de que muito gosto e me convidam a sair e a passear são dias assim. Com nevoeiro então pode ser uma manhã perfeita. O nevoeiro denso, opressivo, como que comprime o núcleo, e então domino melhor a cena; é porque tenho braços pequenos e aspiro à omnipotência! Só pode! D insignificante no macrocosmo mas majestosa no microcosmo. Inventa-se de tudo!…:D
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