A arte já não propõe nada de novo?! Nem forma de pensar nem modo de olhar. A arte contemporânea de hoje, sobretudo nas “artes plásticas”, não revela grande valor estético ou especial desafio ao intelecto. Então, será ainda, e verdadeiramente, ARTE?
Que sentido podemos encontrar numa gravação que afirma incessantemente: “As bright as the Sun!”? Que originalidade possui esta “cortina metálica” que fotografei há poucos dias numa igreja de Silves? E o recurso abusivo e exaustivo às instalações plástico-dementes, num expediente masturbativo de non-sense; e os vídeos sobre o nada, mais os filmes das câmaras apontadas ao umbigo do “artista”, numa negação gritante do plano, da sequência, da estrutura elementar da imagem animada e da ortografia do visual? Que são? Raras são as instalações que conseguem envolver o espectador, apelando aos seus sentidos, como supostamente o pretendem. E porquê? Porque tudo isto está fora de tempo. Não possui espírito, buscando exclusivamente a sua conversão em Euros. Basta folhear os catálogos da Gulbenkian dos anos 60 e 70 para percebermos a falta de originalidade da “arte” hodierna. Está lá tudo isto, ensaiado, codificado e descodificado, superlativamente, num tempo em que foi novidade, foi provocação, foi mudança.
Até o simpático efeito dos fios cruzados sobre o hall do novo edifício Paços do Concelho Século XXI remetem-nos para o russo Tatlin e os seus trabalhos que evocam forças, energias, tensões físicas. Interessante, mas…já visto.
E as incursões no mundo da escultura imaterial, da escultura não como objecto mas como acção, como atitude, ainda hoje apresentadas como coisa nova, quando o americano Richard Serra as explorou profusamente a partir dos anos 60.
Para além de hipermercado de produtos em série, com as suas pequenas lojas de produtos de luxo (também de produção massiva), o mercado das artes plásticas é, ainda, um imenso estaleiro de negócios escuros que interceptam o mundo da política e da alta finança. Estaleiro de obras gigantescas em permanente edificação, alimentadas pelo trânsito de capitais, principalmente públicos, com pagamentos de ágios chorudos a críticos, comissários, directores, artistas, e, quem sabe, alimentando também os cofres de partidos políticos e confrarias esotéricas.
E a arte, onde está? No penico?
Ler também aqui.
Que sentido podemos encontrar numa gravação que afirma incessantemente: “As bright as the Sun!”? Que originalidade possui esta “cortina metálica” que fotografei há poucos dias numa igreja de Silves? E o recurso abusivo e exaustivo às instalações plástico-dementes, num expediente masturbativo de non-sense; e os vídeos sobre o nada, mais os filmes das câmaras apontadas ao umbigo do “artista”, numa negação gritante do plano, da sequência, da estrutura elementar da imagem animada e da ortografia do visual? Que são? Raras são as instalações que conseguem envolver o espectador, apelando aos seus sentidos, como supostamente o pretendem. E porquê? Porque tudo isto está fora de tempo. Não possui espírito, buscando exclusivamente a sua conversão em Euros. Basta folhear os catálogos da Gulbenkian dos anos 60 e 70 para percebermos a falta de originalidade da “arte” hodierna. Está lá tudo isto, ensaiado, codificado e descodificado, superlativamente, num tempo em que foi novidade, foi provocação, foi mudança.
Até o simpático efeito dos fios cruzados sobre o hall do novo edifício Paços do Concelho Século XXI remetem-nos para o russo Tatlin e os seus trabalhos que evocam forças, energias, tensões físicas. Interessante, mas…já visto.
E as incursões no mundo da escultura imaterial, da escultura não como objecto mas como acção, como atitude, ainda hoje apresentadas como coisa nova, quando o americano Richard Serra as explorou profusamente a partir dos anos 60.
Para além de hipermercado de produtos em série, com as suas pequenas lojas de produtos de luxo (também de produção massiva), o mercado das artes plásticas é, ainda, um imenso estaleiro de negócios escuros que interceptam o mundo da política e da alta finança. Estaleiro de obras gigantescas em permanente edificação, alimentadas pelo trânsito de capitais, principalmente públicos, com pagamentos de ágios chorudos a críticos, comissários, directores, artistas, e, quem sabe, alimentando também os cofres de partidos políticos e confrarias esotéricas.
E a arte, onde está? No penico?
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7 comentários:
A arte não está no penico, está na mala!
:)
Pois olha que há mais arte na MALA do que no Allgarve.
;)
Sem dúvida que sim!
Há arte na MALA.
Peço desculpa, conheci penicos onde vardadeiras obras de arte eram exibidas!
Na mala não sei se está, mas também já são poucos os que se interessam por uma obra de arte que seja verdadeira. E muitos factores contribuem para isso.
As casas onde vivem já não são casas... há ladrões a mais e segurança a menos... e elas rendem mais quando roubadas e vendidas na candonga para o estrangeiro.
Investir em arte é um investimento que ninguém já sabe que existe, porque poucos sabem também que existe "ARTE".
Bom fim de semana
Maria
Pois, Maria, também acredito na superioridade artística que muitos penicos poderão conter, comparativamente ao allgarve.
Em todo o caso a tónica do meu desabafo incide na profunda desconfiança - agora já convicção -, acerca da desonestidade (e não me refiro à tendenciosidade da ARTE que essa é legítima) que o allprograma ressuma.
No pequenico. Não tenho certeza. Se não eram penicos, eram alguidares de plástico coloridos, ou coisa que valha, espalhados de forma (aparentemente) caótica pelo chão, como quando as nossas mães faziam quando se juntavam a lavar a roupa nos lavadouros públicos. Na circunstância, e apesar dessa semelhança, pareceu-me arte - e qualificada - feita pelo Xana. O resultado do acaso pode ser Arte (Pollock), ainda que, às vezes o acaso dê trabalho.
Com Marcel Duchamp e o seu urinol as coisas da Arte nunca mais foram as mesmas, mas, ainda assim, continua a fazer-se Arte. Arte não é só habilidade. Pode ser o propor uma ideia, o alargar um limite, podendo até,ser bruta, feia e provocadora. Pode ser muitas outras coisas, a que, no limiar, podemos reagir e não aceitar como tal. Não confundir Arte e mercado, e Artistas com ladrões. Eles são como toda a gente, uns mais e outros menos desgraçados.
Abraço,
Caro Jorge Ferreira, a cultura do $ engoliu o urinol de Duchamp promovendo-o e integrando-o no statu quo, quando o seu objectivo era exactamente contestar o que existia.
«Arte não é só habilidade. Pode ser o propor uma ideia, o alargar um limite, podendo até,ser bruta, feia e provocadora. Pode ser muitas outras coisas, a que, no limiar, podemos reagir e não aceitar como tal.»
Certo, e será arte se não conseguir ser nada disso? A mim, parece-me que anda por aí muita arte exclusivamente de mercado, fatal e banalmente confundida com Arte... «Não confundir Arte e mercado»... pois.
Saúde.
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