“As vírgulas e os pontos finais são pausas na minha escrita... como na música, a escrita é feita de sons e pausas..." Saramago, ao JRS que confrontava o escritor com o seu proverbial desrespeito pelas normas da língua portuguesa (a que o JRS chamou “gramática”, esquecendo o resto). É engraçado como alguém que, amiúde, dá calinadas na oralidade da língua portuguesa, e escreve com pobreza sintáctica, acusa tal falha a Saramago – mas condescendo, presumindo que se trata de retórica jornalística, para extrair resposta que elucide o público.
Este JRS já tinha dado um ar de inépcia ao tentar encostar às cordas o escritor e jornalista Amin Maalouf, com o argumento de que este atribui às Cruzadas a causa primeva para o desentendimento entre cristãos e muçulmanos, quando – segundo JRS – existiram e porfiaram muitos conflitos entre ambas as partes durante mais de meio milénio antes da primeira cruzada. Até confrontou o libanês com uma extensa lista de conflitos que antecederam a conquista de Jerusalém em 1099.
Ora, Maalouf respondeu na entrevista (pelo que presumo que teria sido isso que escrevera, e suscitara o confronto de JRS), que a primeira cruzada foi a grande acha que ateou a fogueira do desentendimento e da inimizade entre as duas civilizações. E eu acrescento o que retiro da História: até então, os conflitos ocorridos inscreveram-se na teia de relações habituais entre os povos mediterrânicos, que sempre registaram períodos alternados de conflitos e acordos, guerras e tréguas, oposições e coalizões. Maalouf tem razão ou, no mínimo, sobre esse aspecto não disse ou escreveu nada de errado.
Às vezes, não sei se ele é mesmo assim, ou se é estratégia de jornalista para permitir ao público iletrado o contacto com outras perspectivas – que não apenas aquelas que ressumam dos rótulos que os críticos, quando não as próprias editoras, colam aos escritores e às suas obras.
Bem diz o Baptista Bastos, que este rapaz tem pouco de escritor, de jornalista ou de pivô.
Este JRS já tinha dado um ar de inépcia ao tentar encostar às cordas o escritor e jornalista Amin Maalouf, com o argumento de que este atribui às Cruzadas a causa primeva para o desentendimento entre cristãos e muçulmanos, quando – segundo JRS – existiram e porfiaram muitos conflitos entre ambas as partes durante mais de meio milénio antes da primeira cruzada. Até confrontou o libanês com uma extensa lista de conflitos que antecederam a conquista de Jerusalém em 1099.
Ora, Maalouf respondeu na entrevista (pelo que presumo que teria sido isso que escrevera, e suscitara o confronto de JRS), que a primeira cruzada foi a grande acha que ateou a fogueira do desentendimento e da inimizade entre as duas civilizações. E eu acrescento o que retiro da História: até então, os conflitos ocorridos inscreveram-se na teia de relações habituais entre os povos mediterrânicos, que sempre registaram períodos alternados de conflitos e acordos, guerras e tréguas, oposições e coalizões. Maalouf tem razão ou, no mínimo, sobre esse aspecto não disse ou escreveu nada de errado.
Às vezes, não sei se ele é mesmo assim, ou se é estratégia de jornalista para permitir ao público iletrado o contacto com outras perspectivas – que não apenas aquelas que ressumam dos rótulos que os críticos, quando não as próprias editoras, colam aos escritores e às suas obras.
Bem diz o Baptista Bastos, que este rapaz tem pouco de escritor, de jornalista ou de pivô.
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