sem ânus

Comemoremos então os 100 anos de rapacidade republicana. Uma centúria de pilhagem repartida entre os fascistas e a máfia "democrática". Este povo é lixado. Ora é desgraçado, ora ascende e, então, de gamela transbordante, passa a desgraçar os outros. É um povo ranhoso que vive num cu de Judas, virado para um mar com quem, episodicamente, pretende reatar uma impossível relação de amor, insistindo nessa personificação da Natureza, num intento lírico, certamente proveniente das excursões breves que, de tempos a tempos, realiza ao caldeirão da cultura que é o centro da Europa. Sentimentalismo falhado que não encontra eco neste povo de pastores boçais que desde tempos imemoriais calcorreia a faixa de terra que ocupa, dos montes hermínios às desembocaduras do Douro, do Tejo e do Sado. Entre os rudes do Norte e os indolentes do Sul se formou este país de irresponsáveis que clama por Justiça mas não a quer, que brada por Democracia mas não a constrói, que invoca a Verdade sem dela ter o mínimo vislumbre. Comemoremos, pois, um século de oclocracia. Mas também podíamos comemorar 500 anos do mesmo, ou 867 anos, considerando Zamora o ponto de partida para a estulta aventura.


ai quem bem que se está aqui

vivo numa oclocracia
à beira-mar plantada
chamam-lhe democracia
anda mal disfarçada

e a massa ralé, iludida de poder
vive de bodos e perene abastança
mas quem manda, está-se a ver
é a oligarquia da alta finança

e esses finórios de grande manha
que devoram toda a esperança
são primos de padres de Espanha
e filhos de pedreiros de França



Será assim tão difícil melhorar?

Sem comentários: