fototipia

no Alto Douro - fototipia do alemão Emílio Biel

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Perguntou-me ontem um amigo, se os foto-postais a que me referi, dos anos 40, da autoria de Armando Segurado, se tratavam de fototipias?! Não, o que designo por foto-postais são postais para correio feitos no laboratório, portanto são verdadeiras fotografias, para todos os efeitos. De diferente, apenas apresentam um verso impresso para utilização como espaço para escrever, como os postais ilustrados, estes executados em tipografia a partir de fotografias ou grafismos. Para mim, o foto-postal tem mais valor porque normalmente provém de uma edição com tiragem muito reduzida e porque se trata de uma imagem fotográfica – com a qualidade da impressão química que o papel fotográfico permite –, ao invés dos postais ilustrados, impressos na tipografia e que apresentam sempre uma trama prejudicial à sua reprodução, de que resulta o indesejável moiré.
Quanto à fototipia, esta não é realizada no laboratório fotográfico pois consiste num processo de impressão com tinta forte num meio de gelatina bicromada, e posteriormente exposta ao sol. Em termos práticos pode ser muito difícil distinguir uma fototipia de uma fotografia verdadeira (resultante da acção da luz e impressa por meios químicos), sobretudo se estivermos perante exemplares do final do século XIX. O método tipográfico da fototipia, muito difundido em Portugal a partir de 1878, era capaz de reproduzir com grande precisão os meios-tons e os detalhes das sombras, como tal podia facilmente ser confundido com fotografia.
Não obstante tratar-se de um processo de impressão fotomecânico que permitia imprimir muitas provas a partir da mesma matriz, os avanços da tecnologia fotográfica por um lado, e o surgimento da photogravura ao serviço da imprensa, por outro, destronaram a fototipia logo no alvor do século XX.


uma oficina de fototipia na argentina (foto recolhida na net)

4 comentários:

David R. Oliveira disse...

Essa deixou-me "preso".Linda! no cachão da Valeira, de certeza.O Douro antes da fúria domada.Foi no cachão da Valeira que morreu o famoso Barão de Forrester. Uma figura ímpar no Douro vinhateiro.
Boa malha. Abraço
David Oliveira

francisco disse...

clique na foto meu amigo, e vai dar ao "original" de onde a copiei. Lá, tem informações.
Estas imagens são fantásticas.
Abraço
Francisco

David R. Oliveira disse...

Agradecido. Assim fiz e afinal a minha ideia estava ao lado porém bem mais perto da Régua. As semelhanças são muitas - entre o cachão da Valeira, antes da barragem da Valeira e o Varosa (ali onde desagua por sua vez o rio Balsemão) de antes da barragem do Varosa.
Obrigado
David Oliveira

vieira calado disse...

E nos caixotes do lixo...

até ouro se encontra...