Não é possível determinar com exactidão a origem do Folar da Páscoa mas a tradição assenta num ritual de dádiva entre os seres humanos que retiram da Natureza esse exemplo: a dádiva da regeneração da vida operada pelo ciclo natural do renascimento das plantas - o tempo da claridade que sucede ao tempo das trevas.
A apropriação religiosa deste ritual que se perde na noite dos tempos apresenta-nos o folar simbolizando o pão que Jesus repartiu com os discípulos na última ceia. A presença dos ovos, que tradicionalmente integram o bolo, simboliza o renascimento, a Ressurreição de Cristo. Uma vez mais se trata de uma apropriação tardia da religião pois que vários povos da alta antiguidade acreditavam que a Terra tivera o seu início num gigantesco ovo.
O folar do Algarve é uma aperfeiçoada conjugação de sal, água, ovos e farinha de trigo, de forma arredondada, espesso e maciço, deixando ver no cimo os ovos inteiros encaixados entre tiras de massa. Barrado com gemas de ovo, que lhe confere um apetitoso aspecto alourado depois de cozido no forno, este pão tradicional da quadra é partido na segunda-feira a seguir à Páscoa.
Folar de Barão de São João (Lagos), feito por Andreia Gomes.
2 comentários:
Passei por aqui só para te desejar uma boa Páscoa.
Mas é realmente prodigiosa a quantidade de fotos de freiras em poses sugestivas que tens de reserva...
;-)
É assim, mestre. Sempre fui muito religioso. E nestra quadra então, as freiras ligam bem com os folares.
Boa Páscoa.
;)
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