Arre bestas!!!

Tubarão na Malásia escondia medalhão português do século XIII

A descoberta está a espantar tudo e todos: uma doméstica residente em Klebang, na Malásia, decidiu comprar um tubarão bebé no mercado local para cozinhar um prato para o marido. No entanto, ao abrir o animal deparou-se com um histórico medalhão, que os especialistas dizem ser português. Tem 7,4 centímetros de diâmetro e dez gramas de peso. “Comprei dois tubarões no mercado e descobri o objecto dentro do estômago de um dos peixes”, disse a mulher de 47 anos ao jornal ‘Malaysia Star’.
Suseela Menon ficou surpreendida com o artefacto do século XIII, atribuído ao período em que D. Dinis era rei, dado a peça conter o rosto de uma mulher com uma coroa, que se crê ser da Rainha Santa Isabel, esposa de ‘O Lavrador’. Na outra face está um crucifixo com a inscrição ‘Antoni’.
A explicação para a presença de relíquias nacionais nas águas asiáticas prende-se com o período dos Descobrimentos e a passagem, no século XVI, de caravelas e naus portuguesas. Na sequência do achado, a mulher limpou-o e guardou-o numa caixa, ao passo que o marido recusou comer o prato pela conotação religiosa do medalhão. Mais: entendeu o feito como “uma bênção para a família”. R.V.P. – CM.pt

 
Ora vamos lá ver. Se a Isabelinha só foi canonizada em 1625 como é que o medalhão é do séc. XIII? Tratando-se efectivamente da santola Isabel, a peça só poderá ser posterior a 1625; e também não estou a imaginar um marinheiro do séc.XVII com um medalhão do séc XIII ao pescoço, a menos que se tratasse de um coleccionador de antiguidades em missão de resgate de objectos exóticos orientais. Talvez um antepassado do Joe Berardo? Porém, aquela assinatura “Antoni” coloca-me outras possibilidades. Havia um famoso futebolista chamado Toni que chegou a treinador do Ginde (equipa da China), terá ele naufragado nessas águas de regresso a Portugal? Mas, a mim, nada disto se afigura verosímil. Sugiro outra hipótese, mais consistente:
Facto: Um jovem tubarão comeu um marinheiro do séc XVII que exibia, orgulhoso, um medalhão ao pescoço.
Conclusão: os tubarões também praticam metaficção historiográfica.
Desenvolvimento: Agora falta identificar a nacionalidade do tubarão. Tendo nascido em águas portuguesas, podemos, e devemos, reclamá-lo. Um ensopado de tubarão mitigaria a fome a alguma das inúmeras famílias portuguesas que atravessam as agruras conjunturais socrático-troitskistas. O medalhão que se lixe; se não protegeu o desgraçado marinheiro, não tem qualquer serventia.

1 comentário:

vieira calado disse...

Tem sim senhor!
Então não serviu de benção a esse cidadão indonésio?...