conspirações e conspiranóicos







Pedi emprestados dois excertos de textos porque não vale a pena reescrever o que já está sabiamente escrito.

«É notório que temos uma obsessão profunda para procurar o sentido das coisas. Tudo tem de fazer sentido dentro da nossa capacidade de compreensão. Ora, no mundo complexo em que vivemos, e que frequentemente nos desafia com acontecimentos que aparentemente não fazem sentido, as superstições e as teorias da conspiração surgem como formas de explicar esses acontecimentos, de encontrar o significado que necessitamos, habitualmente de forma simples.

No mundo tecnológico de hoje, onde a Ciência prova que muitas das coisas antigamente consideradas sobrenaturais, são afinal perfeitamente naturais, a superstição tem vindo a perder importância; mas a nossa obsessão por significados continua exigente, ao ponto de substituir a superstição por teorias de conspiração. Assim é com o fenómeno OVNI e com as sociedades secretas, mas existem teorias de conspiração de todos os tipos, desde alegações de que Hitler ou Elvis Presley não morreram até a ida à Lua ter sido uma farsa, passando pelas mirabolantes teorias sobre 11 de Setembro.


A teoria da conspiração, tal como a superstição, procura explicar os fenómenos do mundo de uma forma simples, ainda que algumas se afigurem extremamente complexas. Porém, a chave da teoria da conspiração não é sua complexidade mas sim o facto de possuir sentido para o público leigo, pois é fácil para alguém que não entenda de Física aceitar que uma bandeira não tremularia no vácuo do espaço e, portanto, a bandeira americana supostamente tremulando na Lua seria uma prova de que a viagem foi forjada. Eis uma explicação simples, que parece fazer sentido.


O mundo é demasiado imprevisível para ter o sentido que queremos e, por vezes, também é demasiado decepcionante. E nós, humanos, temos dificuldade em aceitar um mundo onde centenas de vítimas morrem num terramoto que não discrimina justos e injustos, inocentes e pecadores. É difícil admitir que não houve um grande plano maligno ou um teste de uma arma secreta, e que foi simplesmente uma tragédia imprevisível. Assim, atribuir tais coisas a conspirações ajuda-nos não só a encontrar um sentido, mas também a aceitar as vicissitudes de um mundo que por vezes é difícil de compreender à luz das nossas noções éticas e morais, e outras construções culturais que nada têm a ver com a Natureza e os seus fenómenos.»


«Dentro do grupo dos “conspiranóicos”, os fanáticos dos chemtrails são dos que possuem menor capacidade de raciocínio, só suplantados pelos que acreditam que a Terra é oca.»

sobre chemtrails, consultar aqui e aqui



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