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Anne Dufourmantelle - Fotografia: France Inter |
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A segurança engendra mais o medo do que o inverso; o risco faz parte da vida,
mais, sem se correrem riscos não se vive realmente; onde há perigo é onde há
também salvação; viver não é só ter nascido. Recusar o risco é recusar viver.
Numa França — numa Europa — sob ameaça terrorista não esquecer que esta é
sempre também arma política do controlo das liberdades.
Qualquer
resposta securitária é já política: todos os totalitarismos usam a ameaça terrorista
para liquidar as alternativas. O “risco zero” é um fantasma. O custo de
demasiada protecção é alto demais: troca- se Big Brother por Big Mother. Estar
inteiramente vivo é um risco que poucos querem correr — há muitas vidas que, mirradas
pelo medo de tudo, já perderam a liberdade.»
José
Cutileiro sobre Anne Dufourmantelle (1964-2017); filósofa francesa, uma das
mentes mais estimulantes da actualidade, que acreditava que recusar o risco é
recusar viver. In Expresso 2017.08.12
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