como topar pseudo-intelectuais nas colunas dos jornais


Como topar intelectuais numa festa
Pedro Marta Soares – in Revista Sábado, de 29-01-2019

«Porque é que a elite se entende superior ao povo?, questionou Cristina Ferreira. É uma pergunta que já atormentava Cícero, São Tomás de Aquino e Dino Meira. Eis algumas dicas básicas para reconhecer o intelectual português.
Em entrevista ao jornal Público, Cristina Ferreira lançou a pergunta que se impunha: "Porque é que a elite se entende superior ao povo?" É uma dúvida que já atormentava Cícero, São Tomás de Aquino e Dino Meira. A resposta é difícil, mas se começarmos por identificar as características de um intelectual, a tarefa de compreendermos as raízes do seu sentimento de superioridade torna-se facilitada. Uma festa que receba o povo e a elite torna-se um espaço público neutro para o primeiro impor a força dos seus argumentos e a segunda pavonear as suas mais-valias.
Aqui ficam algumas dicas básicas de reconhecimento do "Homo Lusitanus Inacessibilis" - o intelectual português:
- o intelectual não tem conversas, lança reflexões;
- o intelectual abomina trivialidades, como o pós-colonialismo etimológico de Índia, a filha de Ana Malhoa, ou a negação da metafísica no dasein de Heidegger; para o verdadeiro intelectual, até os Abba devem ser abordados numa perspectiva deleuziana; 
- o intelectual não come, tem experiências de fine dining;
- o intelectual não anda, levita; embora não toque no chão, os seus passos esmagam os sonhos dos simples (ou os pés da populaça: por vezes, o intelectual arrisca tudo e ensaia-se na pista de dança, com consequências estéticas cataclísmicas);
- o intelectual não tem uma orientação sexual definida: tanto pode perder-se no Finalmente como no Trumps;
- se o intelectual alguma vez for visto em Barcarena, na Porcalhota, em Rio Tinto ou Valbom, regressará ao povo de onde saiu quando entrou no Frágil em 1988;
- o intelectual só aprecia música em vinil, literatura disruptiva e cinema sem narrativa (a não ser que seja metanarrativa); cada exemplar cultural adquirido deverá ter pelo menos quatro estrelas atribuídas por pelo menos quatro críticos que conheça há pelo menos quatro anos (ou com quem tenha tido quatro experiências de fine dining).»

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Como topar pseudo-intelectuais nas colunas dos jornais

Consultado o dicionário sobre o termo INTELECTUAL, concluo que o autor do texto acima, fala dele e de outros como ele, os pseudo-intelectuais que produzem reflexões profundas e rebuscadas sobre tudo e nada, seja em cômodos de fine dining seja em colunas jornaleiras, lançando farpas e torpedos aos intelectuais, génios que não conseguem, sequer, imitar.

Intelectual é um adjectivo que caracteriza algo ou alguém que desempenha uma actividade de natureza mental, relacionada com o intelecto e a inteligência. Um intelectual é uma pessoa que produz pensamentos. Este termo também pode assumir a classificação de substantivo e representar a pessoa que vive exclusivamente de seu intelecto, ou seja, da sua inteligência e das coisas que requerem uma aplicação mental, como a cultura, as artes, a música, a literatura e etc. 
Assim, quando se diz que determinada pessoa é intelectual, significa que é culta, que se propõe a estudar e reflectir sobre ideias que abrangem os mais variados temas que possam ter alguma relevância social ou individual. 
Os pseudo-intelectuais, por outro lado, são os falsos intelectuais. São indivíduos que fingem ter conhecimento intelectual e que aparentam ter interesse sobre determinados temas como ciência, cultura, artes, literatura etc., mas que na realidade não têm.



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