Sentei-me num dos cantos da esplanada para, em cinco minutos, tomar a habitual meia-de-leite, ritual que acompanha o diário Glucophage (coisas de diabético). Ali, ao canto, o meu cachimbo não incomodava a jovem que, no centro da esplanada, tomava o seu pequeno-almoço. Em frente, do outro lado da pequena rua, uma equipa procedia à montagem de um toldo protector da montra da loja de recuerdos. Empoleirado, numa escada, um homem de meia-idade vai aparafusando os suportes do toldo, recebendo a assistência de um jovem Adónis moreno. A rapariga não desvia os olhos do exemplar latino, seguindo-lhe as idas e voltas à viatura de apoio. Cada movimento dele produz uma dentada na tosta que ela deglute afincadamente. Eu acompanho o deslumbramento da jovem e, findo o meu ritual, pago, levanto-me e abandono o local, deixando-a entregue ao seu sôfrego enlevo matinal.
6 comentários:
eheheh
Pois é verdade! Também comemos com os olhos :D
infelizmente não tinha a máquina fotográfica comigo, hipatia. Embora convicto que na maior parte dos casos as palavras transmitem melhor estas coisas do que as fotos (que raramente temos possibilidade de realizar com todos os requisitos necessários), sempre gostava de ter captado "o ambiente", pelo menos.
;)
A isso chama-se vida, e é sempre de trincar, mesmo que não seja connosco ;)
Hmmm...
no fim da istória, quem ficou a sêco foi o Adónis e o de meia-idade.
A vida tem destas coisas estranhas, uns satisfazem a... o... aquilo com uma cachimbada de my flower... outros... outras com dentadas na torrada...
Moral da história: quem anda a montar toldos, está sempre lixado...
vanus, por acaso a torrada era apetitosa. eu é que não consigo copmer nada logo de manhã.
;D
pois, o Adónis nem deve ter reparado que poderia existir uma montagem alternativa.
O mal disto tudo é a velocidade. Vivemos vertiginosamente, o que nem deixa muito tempoi para olhar em redor com atenção.
;)
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