Até vi estrelas


Há duas coisas que sempre pensei deixar para a ociosidade da aposentação: a Astronomia e a Botânica. Assuntos de que pouco ou nada sei, ainda que me despertem a curiosidade.
Há dias, deportado para o quintal em companhia do meu “melhor amigo de quatro patas”, no decurso do exercício desse vício que nos queima diante dos olhos outros tantos euros como os que se volatilizam nas mãos dos nossos queridos governantes, segui o percurso ascendente da voluta de fumo expirado e pousei os olhos numa linda estrela de pulsar avermelhado.
É uma das estrelas mais notórias do quadrante Este do firmamento, nesta altura do ano. Desta vez, irritado pelo peso da ignorância, tomei a decisão de procurar identificar o astro em questão. E já agora, as outras quatro ou cinco estrelas mais proeminentes da abóbada celeste nocturna.
Regressei ao computador e à Internet e procurei um programa de mapas do céu. Acabei por descarregar e instalar o SkyMap.
Corrido o programa depressa introduzi as coordenadas geográficas de Lagos, escolhi a vista do quadrante Este e apreciei a miríade de pontinhos luminosos que salpicaram o ecrã negro. Um círculo irregular indicou a posição da Lua naquele momento, elemento referencial que me ajudaria a identificar as estrelinhas. Imprimi a imagem exposta no monitor (invertida, pois seria ridículo imprimir uma folha a negro) e, munido do papel ponteado, voltei à companhia do Bobi e das iluminárias celestes.
Identificado o alinhamento das três estrelas centrais da constelação de Orion, que se apresentava mesmo no centro do meu enquadramento panorâmico, descobri que a tal estrela que pulsava avermelhada era nada menos do que a famosa Betelgueuse.
E seguiu-se uma entusiasmante sessão de identificação de outras galáxias e sóis prestigiados (sobretudo pelas minhas leituras da colecção Argonauta): Aldebaran, Rigel, Procyon, etc.
Nessa noite é que vi as estrelas.

1 comentário:

todos disse...

Olá estupor. Estou de volta. Que raio de coisa é esta? agora dedicas-te à astronomia? Cada dia uma pancada diferente. Olha lá, já fotografaste a minha amiga S? Lembras-te? a que queria que a fotografasses? Diz qualquer coisa ò lagarto.