eco logias


Não sou contra as campanhas ecológicas e de educação ambiental mas admitamos que tal consciência pouco tem mudado, em termos concretos, a nossa sociedade. Ao invés, essas campanhas tendem, por vezes, a deixar-nos com a falsa sensação do dever cumprido, quer por parte de quem as promove, quer junto de quem nelas participa, quer ao simples cidadão que aprecia pelo canto do olho um qualquer cartaz apelativo à defesa do ambiente e pensa “Estamos sensibilizados, exercemos o poder reivindicativo, estamos a tratar disto”. Nada mais enganador. Os governantes apenas são sensíveis a números. Números que tecem e destecem as malhas da economia nacional, valores das taxas de inflação e do PIB, quantidade de votos que podem conquistar nas eleições. E esta dinâmica não abrange a equação e a aposta na resolução dos problemas que não lhes caem sobre a cabeça, no imediato.
Podem as campanhas de sensibilização ambiental ser muito interessantes mas as soluções dos problemas que nos afectam, e irão afectar, no futuro, passam é pela alteração do modelo energético e não pela abordagem mais ou menos cuidada e repetida de um ou outro aspecto cultural e formativo.
É o modelo de sociedade que se discute quando discutimos o modelo energético. E é esse caminho que tem que ser trilhado. É essa a discussão, a da adopção de um novo modelo energético. Não só porque resolve grande parte dos problemas de agressão ambiental mas, sobretudo, porque resolve os problemas da dependência energética de muitos países e, consequentemente, resolve importantes problemas económicos, óbice ao tal desenvolvimento sustentado que, apesar de profusamente apregoado, não tem passado de uma miragem. E essa discussão, com adopção de decisões concretas tem que acontecer, quer por contingências impostas pela degradação das condições económicas, quer como resultado da consciencialização dos governantes ou da pressão da opinião pública. É óbvio que as mudanças ocorrerão mais devido ao primeiro factor, do que aos restantes, porém não será dispiciendo o “investimento” no último deles.
Segundo António Sá da Costa, presidente da APREN, em 2007, cerca de 39% da electricidade foi produzida a partir de energias renováveis dividindo-se a origem da energia consumida em Portugal, desta forma, e tomando por exemplo o consumo de electricidade durante uma hora: 16 minutos provenientes do gás; 15 minutos de hídrica; 14 minutos do carvão; 7 minutos de importação; 6 minutos de eólica; 2 minutos de biomassa; 1,5 segundos de fotovoltaicas. E não será, isto, indicador suficiente de que podemos dispensar a energia nuclear? A tal que implica uma espera de 10 anos após a sua activação – uma central nuclear leva todo este tempo até entrar em operação regular. Por outro lado, o investimento em fontes de energias alternativas ficará mais barato do que os 3 mil milhões de euros que custa uma Central Nuclear que, por sua vez, não conseguirá fornecer mais do que escassos 20% do consumo total do país. Ora, quase o dobro, foi o que se conseguiu produzir em 2007 no nosso país, e sem o recurso ao nuclear. Os nossos vizinhos do QUINTUS, apresentam um interessante artigo acerca de uma outra fonte de energia em que somos ricos, leiam aqui.

aerogeradores de Valpaços - Vila do Bispo
Postes de Alta Tensão na Mata de Barão de S. João, irão servir o novo parque eólico que aí se instala


Temos vento, temos mar, temos fabricantes de turbinas, só falta o querer dos "chefões"?!

2 comentários:

Rui Martins disse...

O problema é que os chefões têm que recompensar os financiadores das campanhas eleitorais...

vieira calado disse...

Temos barcos...
só falta os remos...
Enviei os textos e foto para o email
fotoscastelo@hotmail.com
Ponha quando quiser.
Um abraço