VOCÊ GOSTARIA DE SABER QUEM É?
Eis uma questão que a maioria das pessoas não coloca a si própria, porquê?
Decididamente, para os padrões comportamentais que, racionalmente, de há muito, adoptei, sou um tipo completamente doido. Oscilando, ao longo do dia, entre momentos em que recuso combater, ocultar, recalcar a minha verdadeira natureza, amigável, extrovertida e generosa e momentos outros, em que me entrego à mais rigorosa representação teatral de um personagem quase maquiavélico, provocando, suscitando reacções e explorando as emoções nos outros* ou celebrando rituais de uma paranóia que vê conspiradores e perseguidores em esquina sim, esquina não, em dias igualmente alternados. Sim, alternados, porque também tenho outras coisas para fazer.
E assim passo os dias, brincando com letras, fazendo com que estas pareçam o que não sou, deambulando pelas páginas em branco, em busca de mim. Perdido? Se assim é, está muito bem. Horroriza-me a ideia de chegada, de viagem terminada, de encontro final, tal como me incomoda a ideia de partida. Eu quero é estar a caminho, no meio da caminhada, em deambulação permanente, mesmo que errática. Isso é que dá cá um gozo. Que vem aí agora? O que vai acontecer a seguir?
Ter a perspectiva de um amanhã totalmente agendado, um futuro previsto, ideias arrumadas, atitudes estandardizadas, isso é o Diabo.
Isto é para ser levado a sério? Perguntará um dos meus cinco leitores assíduos. Claro que sim! Tanto quanto é possível levar a sério tudo o que se escreva num blogue com o subtítulo deste. Será, isto, esclarecimento suficiente para uma leitora ocasional que em tempos manifestou interesse acerca das cogitações sobre mim próprio?
E já agora, uma última interrogação, múltipla: E que EU fui eu quando tive esta reflexão? Foi produto do indivíduo natural ou do artificial? Em qual dos tais momentos me encontraria?
* Sobre isto disse um dos meus clones, naquilo que escreveu em resposta a um anónimo - supostamente detentor da verdadeira definição de Cultura -, que entendeu atacar-me, numa troca de comentários no saudoso blogue 5pontas: «Primo anónimo, o efe - também conhecido por chiquinho – que conheço desde os tempos de escola, que é um gajo preguiçoso – quando podia ser brilhante – que faz fotografias muito abaixo da sua capacidade, que escreve umas coisas engraçadas mas pouco consistentes - porque não leva nada a sério - que não resiste a colocar os outros no fio da navalha - não por maldade mas porque encontra nisso uma forma de aprender com as reacções que provoca, atitude que revela falta de respeito pelos outros, diga-se de passagem – este rapaz que é engenhoso a reduzir a margem de argumentação aos seus opositores, acaba de te dar uma pequena lição de humildade. Ou então não passou de mais de uma provocação do chiquinho na qual embarcaste de cabeça. O efe é um tipo porreiro mas apenas os que o conhecem bem podem estar completamente à vontade com ele. Se não gostas dos argumentos dele, ignora-o. Não lhe dês troco.»Claro está que o anónimo se calou, para não passar por parvo, depois de uma advertência destas. E, por arrasto, houve mais alguém que também se calou, ou que nem chegou a abrir a boca, quando se preparava para o fazer, elucidado com tal explicação do meu clone. Eis como se silenciam alguns cromos inteligentes da nossa praça. Basta retirar-lhes a tal margem de manobra ofensiva, ou criar-lhes a ilusão de que já têm um exército a seu lado.
Eis uma questão que a maioria das pessoas não coloca a si própria, porquê?
Decididamente, para os padrões comportamentais que, racionalmente, de há muito, adoptei, sou um tipo completamente doido. Oscilando, ao longo do dia, entre momentos em que recuso combater, ocultar, recalcar a minha verdadeira natureza, amigável, extrovertida e generosa e momentos outros, em que me entrego à mais rigorosa representação teatral de um personagem quase maquiavélico, provocando, suscitando reacções e explorando as emoções nos outros* ou celebrando rituais de uma paranóia que vê conspiradores e perseguidores em esquina sim, esquina não, em dias igualmente alternados. Sim, alternados, porque também tenho outras coisas para fazer.
E assim passo os dias, brincando com letras, fazendo com que estas pareçam o que não sou, deambulando pelas páginas em branco, em busca de mim. Perdido? Se assim é, está muito bem. Horroriza-me a ideia de chegada, de viagem terminada, de encontro final, tal como me incomoda a ideia de partida. Eu quero é estar a caminho, no meio da caminhada, em deambulação permanente, mesmo que errática. Isso é que dá cá um gozo. Que vem aí agora? O que vai acontecer a seguir?
Ter a perspectiva de um amanhã totalmente agendado, um futuro previsto, ideias arrumadas, atitudes estandardizadas, isso é o Diabo.
Isto é para ser levado a sério? Perguntará um dos meus cinco leitores assíduos. Claro que sim! Tanto quanto é possível levar a sério tudo o que se escreva num blogue com o subtítulo deste. Será, isto, esclarecimento suficiente para uma leitora ocasional que em tempos manifestou interesse acerca das cogitações sobre mim próprio?
E já agora, uma última interrogação, múltipla: E que EU fui eu quando tive esta reflexão? Foi produto do indivíduo natural ou do artificial? Em qual dos tais momentos me encontraria?
* Sobre isto disse um dos meus clones, naquilo que escreveu em resposta a um anónimo - supostamente detentor da verdadeira definição de Cultura -, que entendeu atacar-me, numa troca de comentários no saudoso blogue 5pontas: «Primo anónimo, o efe - também conhecido por chiquinho – que conheço desde os tempos de escola, que é um gajo preguiçoso – quando podia ser brilhante – que faz fotografias muito abaixo da sua capacidade, que escreve umas coisas engraçadas mas pouco consistentes - porque não leva nada a sério - que não resiste a colocar os outros no fio da navalha - não por maldade mas porque encontra nisso uma forma de aprender com as reacções que provoca, atitude que revela falta de respeito pelos outros, diga-se de passagem – este rapaz que é engenhoso a reduzir a margem de argumentação aos seus opositores, acaba de te dar uma pequena lição de humildade. Ou então não passou de mais de uma provocação do chiquinho na qual embarcaste de cabeça. O efe é um tipo porreiro mas apenas os que o conhecem bem podem estar completamente à vontade com ele. Se não gostas dos argumentos dele, ignora-o. Não lhe dês troco.»Claro está que o anónimo se calou, para não passar por parvo, depois de uma advertência destas. E, por arrasto, houve mais alguém que também se calou, ou que nem chegou a abrir a boca, quando se preparava para o fazer, elucidado com tal explicação do meu clone. Eis como se silenciam alguns cromos inteligentes da nossa praça. Basta retirar-lhes a tal margem de manobra ofensiva, ou criar-lhes a ilusão de que já têm um exército a seu lado.
5 comentários:
espero, efe, que mesmo sem clones e personagens, te tenhas em boa conta, ou seja, que gostes de ti. Espero, porque considero importante, embora tu possas não considerar e tu é que sabes e tudo fixe, não espero. :)
Saudoso 5 pontas? E esses gajos (nós) deixámos algumas saudades?
Registamos o texto e recordamos os "eus" que se cruzavam no 5P.
Talvez voltemos um destes dias, quem sabe?
Abraços fraternos da esquerda 5P.
5pontas: Mas vocês ainda andam por cá? Pensei que tinha emigrado para Cuba... ou Venezuela.
Abraços e... baraços.
PS(D) - [Não me arranjem sarilhos com esses abraços fraternos da esquerda 5Pontas, ou a Direita ainda me expulsa e excomunga.]
;p
n. bem observado, mas não sei responder a essa questão. acho que varia, conforme os momentos são comandados por um ou pelo outro.
;D
PS - já sentia a falta de um comentário teu. tenho é pena de nem sempre ter capacidade para te responder, ou comentar o que escreves no teu blogue. Existem umas três ou quatro pessoas na net - e tu és uma delas -, que me fazem sentir como deve sentir, em relação a mim, uma amiga do Sotavento que, no msn, me repete: "- tu és muito culto e dizes coisas tão profundas e completas que nem sei o que te responder".
[a tal amiga está duplamente enganada: eu não sou um gajo culto; e o "grau de cultura" ou intelectualidade não se mede por manifestaçoes de adornos lexicais ou referências mais ou menos eruditas. Eu sei que para além desses artifícios, sensibiliza-a o facto de me reconhecer uma certa maturidade assertiva, espelhada nas minhas opiniões sobre a vida. Mas já lhe disse que, ela, com toda a sua experiência de vida, será também uma pessoa igualmente "rica". A diferença estará, apenas, na capacidade discursiva, nada mais. Não sei se a convenço, mas espero que sim.]
:)
não é falha de capacidade ou falha de saber, é só um desacerto de linha; há coisas que ouvimos/lemos que achamos extraordinários porque não estamos nessa linha, estamos noutra qualquer. O importante é que cada um de nós se empenhe e faça uma boa linha, não é necessário ou importante que haja coincidência de linhas, pelo contrário, é muito grato quando nos surpreendem e quando conseguimos surpreender os outros.
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