A Bela e o monstro


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A Bela e o Monstro... é quase óbvio.
Exactamente. Mas a criança é convidada a lidar com isso. E com o universo das metamorfoses, quando a criança é levada a tratar com afecto e compaixão uma criatura disforme. Em A Bela e o Monstro, ela nunca supôs que por baixo do monstro de aparência terrível havia um príncipe encantado. E percebe que se eu não conheço o outro, se não dou tempo a que o outro se transforme perante mim, então não posso ter uma relação correcta com ele. Não posso julgar as coisas pela sua aparência. Lidamos com uma coisa que depois se revela como sendo outra. E há, sobretudo, a capacidade de amar e de respeitar a diferença, a compreensão de que o afecto e a compaixão provocam metamorfoses na relação com o outro.
excerto de entrevista de Vítor Quelhas a Notícias Magazine - 11.04.2004
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pintura digital de Bruno Santos

2 comentários:

Eira-Velha disse...

Boa noite, Amigo!
O preconceito impede-nos, muitas vezes, de ver a beleza e as qualidades que se escondem por detrás de uma fisionomia menos atractiva. E dá-se mais valor ao parecer do que ao ser.
E então se for uma gaja boa, mas mesmo podre de BOA, que importa que seja BURRRRA!
Um abraço

éf disse...

Que seja burra nem é o pior, mau mesmo é quando é pérfida.
"Não posso julgar as coisas pela sua aparência.". E afinal é aquilo que mais fazemos no dia-a-dia. O que nos vale é que, não sendo burros, vamos aprendendo com os erros.

Um abraço.