"The End" ou "Koniec" - Um suspiro no final da fita


Imperativos profissionais têm-me proporcionado, ao longo dos últimos 15 anos, o contacto com várias figuras públicas, apesar de desenvolver a minha actividade num cantinho de província, já de si, periférica. Faço-lhes o “boneco”, quer dizer, registo imagens de variadas situações envolvendo essas figuras. São, frequentemente, gente da política e do mundo do espectáculo, por vezes gente ligada às artes ou à cultura em geral, gente que costuma aparecer nas televisões.
É notório que, muitas vezes, a figura que vemos na TV não corresponde à pessoa “ao vivo”. Umas vezes decepcionam, outras surpreendem mas, quase sempre são diferentes daquilo que a TV revela. Raro, é a pessoa de carne o osso corresponder exactamente àquilo que a televisão nos mostra. Mas era assim com aquele senhor, sobejamente conhecido como o maior divulgador da Banda Desenhada e do Cinema de Animação – esse era exactamente o nome do seu programa televisivo que, notícias preocupantes, indicam ter sido substancialmente “apagado” dos arquivos da RTP.
Ao cabo de centenas de horas a vê-lo do lado de lá do ecrã, sorridente e simpático, tratando os espectadores por “amiguinhos”, chegou o dia de o conhecer pessoalmente.
Aconteceu no Cine – Teatro Império, em finais dos anos 70, num evento relacionado com Cinema de Animação. Acompanhava-me o meu colega de escola Henrique Carreiro e, no final da apresentação, abordámos o senhor. Movia-nos não só a emoção do contacto real com a personagem saída do ecrã mas, também, colocar algumas questões sobre publicação de B.D, pois por esse tempo ensaiávamos uma história de quadrinhos. E fomos recebidos com o habitual sorriso e uma inequívoca atenção. Foi uma breve conversa da qual já nem recordo todos os pormenores. Mas não esqueci a cordialidade e a simplicidade que aquele Senhor transmitia. Faleceu, hoje. Enriqueceu-nos com a sua passagem pela vida, relembro a animação dos países de Leste, sobretudo dos polacos, das personagens hilariantes de Tex Avery e muito especialmente o trabalho inovador do canadiano Norman McLaren, talvez um dos maiores contribuidores para a valorização da Animação como Arte.
Obrigado, Vasco Granja.

1 comentário:

Anónimo disse...

E com pena que vi a noticia e sim senhor esta a fazer-lhe justica porque ele era uma pessoa mto humana.