Nasceu e jovem se entregou às leituras, viveu escrevendo poemas e aventuras. Para ele, cada dia de escrita era dia de alívio. Esgotado, com os dedos inchados do aparo metálico da pena, primeiro ofuscado e depois cego pelas luzes reverberadas nas páginas onde desenhou exércitos imensos de palavras, morreu entre alfarrábios de coisas várias como latim, filosofia e história. Porém, não foi engolido pelo oblívio que tudo devora pois ecoa, viva, nos livros que deixou, a sua memória. Enfim, uma tristeza.
Contoema para o dia em que se assinala o desaparecimento de Cervantes (e erradamente Shakespeare – que só morreu dez dias depois).
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