A história da humanidade é a história das contingências das sociedades e das suas lutas pelo domínio dos bens capitais. Paralelamente, desenvolve-se uma outra batalha feroz e permanente, que envolve os indivíduos masculinos, a luta pelo poder. Desde os primórdios dos tempos os homens pleiteiam entre si, os deuses pleiteiam entre si, os deuses pleiteiam com os homens. Os mais fortes subjugam os mais fracos obrigando-os à obediência, deuses ou homens. As mulheres não ficam fora deste contexto. Muitos são os registos que contam histórias de aliciamento, estupro, violência, contra a mulher. Raros são os casos de mulheres que se impuseram aos homens. A História não regista muitas Hatchepsut, a princesa egípcia que se fez coroar faraó.
Na sociedade de que falo tudo convergia para que a mulher ocupasse uma única função na sociedade, a da maternidade. E quando se tornava incómoda, resolvia-se o problema à velha maneira carolíngia: deixavam-na entreter-se na cozinha onde o açougueiro expeditamente a degolava. A indemnização à sua família saía barato e o viúvo ficava livre para procriar com nova parideira.
Então, um dia…
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