ainda o plágio do Correio de Lagos


Na página final da edição de Março do jornal Correio de Lagos é apresentada uma mensagem sobre o assunto do plágio do artigo de José Carlos Vasques (abordado por mim, aqui). Surge sob a forma de uma carta aberta. Abstenho-me de tecer comentários sobre o que o não merece e repito o que interessa: o cerne da questão mantém-se ignorado. Mais importante do que esgrimir floreados, o que está em falta é que o jornal reponha a verdade dos factos. E para isso basta publicar uma nota em que se afirme de forma clara que o artigo inserido na coluna Toponímia, da edição de Dezembro de 2010, versando sobre a história da Rua da Capelinha, é da autoria do senhor José Carlos Vasques embora apareça assinado pelo senhor Silvestre Ferro. É isto, simplesmente, o que está em falta corrigir, para assim ficar nos arquivos que guardarão para o futuro os exemplares do jornal.
Sem esta rectificação clara, que a referida carta aberta não teve a integridade de concretizar, os leitores do futuro, porventura investigadores da historiografia contemporânea local, serão inevitavelmente induzidos no erro de considerar como autor do artigo uma pessoa que o não é (quer o plágio tenha sido acidental ou não, não é isso que está em causa).
Ao autor dessa carta aberta cabia, pois, demonstrar que é tributário da amizade que tão vincada e exaustivamente evocou na mensagem que endereçou ao José Carlos Vasques, e agir em conformidade. Não o fez.
Assim, a correcção será realizada futuramente (em livro ou em jornal livre), através da publicação do fac-símile das duas versões do artigo e respectivas datas de publicação original, para que o público ludibriado pela edição de Dezembro do Jornal Correio de Lagos possa ter acesso à verdade dos factos. Em breve será feito o mesmo no site do CEMAL, em extensão ao referido artigo aí publicado em 2003. O resto é lana-caprina.

4 comentários:

David R. Oliveira disse...

Ena! e esse "senhor" Silvestre Ferro, ainda sai à rua?! eu borrava a minha cara de merda.
David Oliveira

francisco disse...

Está mais que visto que o problema não é o senhor Silvestre, mas a teimosia do jornal em não publicar a correcção, supostamente para poupar o Sr. Silvestre a uma hipotética vergonha. Mas o jornal erra duplamente: erra, logo, e de forma gritante ao eximir-se dessa correcção, praticando um acto vergonhoso, mesmo, e sobretudo, se evoca um entendimento realizado com o autor plagiado (coisa que pessoa alguma, minimamente séria, solicitaria alguma vez); e erra porque em vez de publicar uma nota que reponha a verdade dos factos obriga terceiros* a expor o assunto integralmente, com maior exposição para o plagiador - portanto não o protege, mas enterra-o.
Hipócrita é o discurso do jornal, que atribui má fé a quem denunciou a situação e reclamou a devida correcção, ainda que o tendo feito de forma mordaz e ridicularizando o jornal por não o ter feito quando devia (que teria sido na edição seguinte). Hipócrita porque esquece que “ o bom julgador a si se julga” se aplica, em primeiro tempo, ao jornal que recusou publicar a correcção, supostamente por prever “que se preparava um festim de gente hiante de sangue e vingança”. Repita-se pois, e bem alto O BOM JULGADOR A SI SE JULGA, aplica-se, primeiro, à atitude do jornal. Hipócrita porque continua a tergiversar, usando floreados hiperbólicos e palmadinhas nas costas, tentando desviar as atenções do cerne da questão. Hipócrita porque na carta aberta coloca entre aspas o termo “plágio”, como se subsistisse alguma dúvida a respeito disso. E falso, porque afirma que se escreveu ou disse à boca pequena aquilo que se escreveu e publicou na internet, à vista e ao alcance de todos, e assinado (se com isso pretende dizer que não se publicou num jornal, tal é verdade porque não temos, de momento, acesso a nenhum; se pretende dizer que não foi contactada a Direcção do jornal, tal é falso porque o próprio autor enviou carta pedindo a publicação de correcção e o resultado foi o que vimos: uma atitude vergonhosa de manipulação da intenção (manifestada na carta) de um cidadão nonagenário de “natural, instintiva e encantadora simplicidade”.
Enfim, ainda vai durar a novela, no mínimo até à publicação das duas versões do artigo.
Saúde.

*terceiros com autoridade, moral e legal, para fazer valer direitos sobre o artigo publicado, e plagiado.

João Torres Centeno disse...

Há pouco mais de uma semana, um político Alemão disse adeus à sua carreira por causa de um plágio que fizera.

francisco disse...

Pois, mas por cá somos todos uns gajos porreiros, somos todos amigos (cínicos?) uns dos outros e portanto basta umas palmadinhas nas costas e...tá a andar, até à próxima... "plagiatura".

Já nem espero que publiquem o que deviam, ética e legalmente, muito menos que se retratem pela atitude indecente, mas se abrem de novo a cloaca para debitar mais javardice uso os argumentos de maior peso e que ainda não esgrimi. Se pensavam que a coisa passava de fininho, enganaram-se, e eu acusei logo no primeiro artigo que escrevi sobre isto.