O Terramoto de Agadir aconteceu há 60 anos

Sismo de Agadir
Foi na noite de 29 de Fevereiro de 1960; cumpria-se o Ramadão e, numa fracção de segundo, um poderoso terramoto varreu a cidade de Agadir. 

O telúrico abalo fatal deixou cerca de quinze mil mortos e dezenas de milhares de feridos. Entre eles também estavam algarvios, daqueles que atravessavam as 200 milhas náuticas (Faro-Casablanca) apenas por alguns meses, outros por alguns anos, e outros ainda para a vida inteira. Desde os anos 30 e até aos anos 70 os algarvios estabeleciam-se em Kenitra, Rabat, Casablanca, Safi e Agadir. Elas trabalhavam nas fábricas de conservas e eles nos barcos de pesca e nas armações do atum.

Naquela fatídica noite de 29 de Fevereiro a intensidade do sismo foi apenas de 5,7 na escala de Richter mas, por a cidade se situar exactamente sobre a falha geológica, a destruição foi extremamente severa. Testemunhos da altura falam de pânico nas ruas, cadáveres amontoados, salvamentos miraculosos, actos de heroísmo, mas também violência e pilhagens. 

Foi há 60 anos, e o resultado daquele impressionante cataclismo levou à adopção de novas normas de construção anti-sismica, inclusivamente em Portugal.

Referencio esta efeméride porque é uma história duplamente ligada ao Algarve, não  apenas pelos algarvios que lá trabalhavam e morreram, ficaram feridos ou incólumes mas viveram para contar a história (e lembro-me dos mais velhos de Olhão contarem que a terra se rasgara abrindo-se para engolir casas e pessoas, e que assim desapareceram os vizinhos fulano e sicrano), mas também porque ambos os países se localizam na margem da placa euro-asiática, partilhando as vicissitudes daqueles acidentes geofísicos que de tempos a tempos nos abalam duramente.


Agadir hoje


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