Diz-me o vento Norte que irás
partir. E não o posso impedir.
Se assim for, resta-me guardar uma subtil e
inconformada tristeza, mas também recordações boas que apaziguarão o profundo
despeito pela má-sorte que te leva para longe, demasiado longe. Cada amigo/a
que parte é um bocado de nós que se vai.
Um simples pensamento me abranda a revolta visceral por essa partida imposta: o de que não importa grandemente que
mais uma estrela se afaste para medonha e inalcançável distância porque na
verdade ela continuará a brilhar no meu firmamento.
Mas uma despedida é sempre coisa dolorosa
pois as vidas estão ligadas por fios invisíveis que em certos
momentos se sentem, como quando alguém se aparta bruscamente; são fios como os da
teia de aranha que vibram à menor agitação e que nos fazem vibrar em uníssono.
Sinto vividas mil vidas antes desta, provavelmente em muitas delas nos
encontrámos e despedimos, quer por motivos idênticos ou outros muito
diferentes; e tudo isso significa que um adeus é simultaneamente o adeus repetido
nos últimos milhares de anos e um até logo, prelúdio de um novo recomeço.
Paz e Serenidade rumo ao Uno de onde tudo flui e onde tudo
regressa.
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