não um utensílio, mas um fim

O homem, segundo Confúcio*, não é um utensílio mas um fim. Os objectivos de prosperidade não deveriam polarizar todas as motivações. Confúcio vê no bem-estar material uma simples etapa que permite ascender à educação total do homem. Muitos governos estão ainda hipnotizados por uma educação para a produtividade, ao passo que seria necessário pensar uma produtividade para a educação.

Pe. Charbonnier - “La Chine sans muraille”

Independentemente das manipulações dos ensinamentos atribuídos a Confúcio (quer por capitalistas como por comunistas), esta acepção do Padre Charbonnier parece-me, na sua simplicidade, profundamente acertada. Mas, como já poucos reflectem com sinceridade, as coisas e o mundo flutuam num caldo virtual de problemas, relações e equações ilusórias. A armadilha fecha-se.


*Kong fuzi ou seja, o mestre Kong, de seu verdadeiro nome Kong Qin.

1 comentário:

Eira-Velha disse...

"Muitos governos estão ainda hipnotizados por uma educação para a produtividade, ao passo que seria necessário pensar uma produtividade para a educação".
Não será um pouco como a velha questão do ovo e da galinha? É que, penso eu, mas eu penso menos do que o tal de Kong Qin (fez muito bem mudar de nome se não ainda o confundiam com o King Kong), que a prosperidade melhora os níveis da educação (entenda-se formação ou criação, como se dizia na minha terra) e o inverso também é verdadeiro, ou seja, uma boa educação pode potenciar a produtividade e, consequentemente, importa mais prosperidade...
Disse...