da ARTE

Não conheço a versão original, pelo que não posso tecer considerações sobre a qualidade da tradução (imaginando que possuo aptidão para tal tarefa), mas posso elogiar a qualidade da escrita, límpida, fluida e erudita. Se o conteúdo é riquíssimo e, por via disso, apaixonante, é a forma da escrita que torna o livro inebriante. Nem quero imaginar uma obra destas, vertida para a nossa língua, pela mão de um sofrível redactor. No meu caso, bastaria tratar-se de uma versão em português do Brasil, para viver o horror da luta permanente entre a sedução do conteúdo e a aversão da forma. Aliás, se tivesse que me cingir aos pdf’s, de origem transatlântica, disponibilizados pela Universidade, achar-me-ia agoniado, remoendo coisas como «… o esnobismo e o preconceito social…» em vez de «… o elitismo e o preconceito social…».
Chama-se António Sabler, o tradutor desta espécie de bíblia da História da Arte que mantém o seu estatuto de obra maior desde que viu a luz do dia, no distante ano de 1950, pela mão do austríaco Ernst Gombrich, escritor e antigo professor de História da Tradição Clássica na Universidade de Londres.
E não é só mérito do tradutor desta 16ª versão (edição revista e aumentada), mas da equipa que trabalhou para a editora de “O Público”. A ficha técnica indica Ricardo Neves na revisão e Jorge Guimarães na paginação. Estão de parabéns pelo excelente trabalho realizado. Uma maravilha.
Nota final, o livro foi impresso na China, o que talvez explique o preço tão baixo, inferior a 30€, por um volume de 688 páginas com centenas de fotografias de obras de arte.

1 comentário:

A OUTRA disse...

Obrigada pela informação.
Maria