Acordo ou desacordo?

«O médico receitou um medicamento ótico.»

Segundo o novo acordo ortográfico, o medicamento que o médico receitou é para uso nos olhos ou nos ouvidos?

Pois, a maioria dos leitores, afastados da sua língua, ignorarão que se fala de ouvidos e não de olhos. Porém, o novo acordo ortográfico, ao fazer desaparecer o “p” mudo da palavra óptica (relativo a olhos), lança a confusão. Infelizmente não é caso único. Há mais trapalhices destas geradas pelo famoso AO.

E se os ilustríssimos burros que elaboraram o acordo fossem trabalhar na estiva, não seriam mais bem sucedidos?

8 comentários:

Valquíria Calado disse...

Deve-se antes saber se foi um oftalmologista quem receitou ou um otorrinolaringologista.

francisco disse...

Deve-se antes saber é se os que acordaram em semelhante acordo estavam de facto acordados. Portugueses e brasileiros. Isso, sim.

luciana disse...

Deve-se é saber que se é para os olhos, o dito medicamento é ocular :P
Não há nada que enganar.

francisco disse...

Luciana,não quero saber de ter de descobrir se é para os olhos ou para os ouvidos. Não falo de olhos nem de ouvidos, falo da língua portuguesa. Reduzir ortograficamente «óptico» a «ótico» é uma asneira pois um trata de órgão da visão e outro do órgão da audição. São portanto palavras com significados diferentes. A palavra «óptica» terá de constituir excepção dentro do novo vocabulário. Simplesmente, não pode seguir a regra.

francisco disse...

A ver se percebem:
http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=7840

francisco disse...

Agora não encontro o pequeno artigo que deu origem a este alertar de consciência sobre um simples vocábulo dos muitos maltratados pelo Acordo Ortográfico, mas encontrei estes (o acima e este) que servem perfeitamente para ilustrar a contestação.

«…No caso que lembrei das normas ortográficas, pessoalmente critico o fundamentalismo da sujeição ao critério fonético do Acordo de 1990. Quem elabora os vocabulários para o novo AO já concluiu que não podia uniformizar graficamente os significantes óptica e ótica, não obstante a pronúncia da palavra referente à visão ser a mesma da palavra referente à audição. Ora, no meu Vocabulário Fundamental para o Novo AO vou propor como variantes corrector, espectador, pára, etc. Vou mesmo mais longe: ninguém me pode proibir de escrever concepção, não obstante o p ser mudo em Portugal, visto a palavra ser já legal no texto do Acordo; ninguém me poderá proibir de adoptar, em Portugal, a consoante muda incluída na sequência, nas múltiplas palavras dos casos em que o Brasil a pronuncia, como confeccionar, defectivo, imperceptível, preceptor, receptor, etc., etc., quando estas palavras figurarem num vocabulário comum (e não será uma violência serem agora proibidas em Portugal, se vão ser autorizadas depois?).»

http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=28528

A OUTRA disse...

Eu já disse e volto a dizer, a minha língua é portuguesa e é português que continuo a escrever. Sei que mais tarde passarei por analfabeta, mas não escreverei em brasileiro, eles que se adaptem ao português se quiserem.
Estou cansada da subserviência do meu País perante os estrangeiros.
Por causa dos livros deles?... Não faz mal... eles que aprendam a ler e escrever português.
Isto revolta-me! Tanta cedência perante os "outros"!
Já mal sabemos onde estamos, qual é a nossa cultura, os nossos valores.
Abusam de nós mas eu sou e continuo a ser portuguesa (ainda por cima alentejana!) e não vou ceder.
A mania de ceder a tudo perdendo a identidade que nos destingue dos outros, mesmo sabendo que apouco e pouco a vamos perder, por culpa "nossa" e só "nossa", resistirei o máximo que me for possível.
E que fique claro que isto não tem nada a ver com as pessoas, poi a amigos meus brasileiros tenho dito o mesmo que estou a dizer aqui.
Bom fim de semana
Até breve

Ana (@nita) disse...

Eu diria que é mais uma trapalhada feita por quem não tem mais que fazer!!!