«Pouco conhecida, mas devastadora, a Síndrome de Húbris é uma verdadeira doença do poder. Proveniente do grego antigo, a palavra húbris significa “desmedida”. Era usada para descrever o comportamento de líderes que, tomados pelo orgulho excessivo e pela arrogância, perdiam a noção dos limites. Na prática, é o momento em que o poder sobe à cabeça e o indivíduo começa a acreditar que está acima de tudo e de todos.
Esta síndrome é marcada por uma transformação subtil, mas profunda: ao conquistar posições de liderança, algumas pessoas desenvolvem um comportamento autoritário, narcisista e imprudente — muitas vezes sem se darem conta disso. É o caso de líderes que ignoram opiniões, tomam decisões impulsivas, menosprezam subordinados, cercam-se de bajuladores e, sobretudo, acreditam ser infalíveis. Chefes que usam a estrutura da empresa, da instituição, do clube, para alimentar o próprio ego — não para servir, mas para ser servidos no desígnio que têm para o colectivo segundo o seu objectivo.
Os sintomas mais comuns das pessoas portadoras desta Síndrome de Hubris, incluem: Obsessão pela própria imagem e reputação; Necessidade extrema de admiração e validação; Desprezo pelas ideias e sentimentos dos outros; Abuso de poder e autoridade; Arrogância mascarada de autoconfiança; Comportamentos autoritários ou caprichosos; entre outros.
Com o tempo, esse tipo de liderança, ou interferência, destrói ambientes e corrói os pilares do colectivo. E, muitas vezes, este protagonismo é apresentado como intervenção protecionista legítima e paternal, para evitar que os outros cometam erros, tal como o déspota esclarecido fazia no séc. XVIII, promovendo as ideias iluministas, mas tratando os súbditos como diminuídos mentais incapazes de tomarem decisões e de exercitar o livre-arbítrio. Em determinada altura o pai tem de deixar os seus filhos fazerem as suas caminhadas pessoais, e colectivas, deixar que cometam os seus erros, e aprendam com eles, pois impedir isso é uma manifestação de pura tirania.
É por isso que, mesmo na actualidade, muitos dos problemas de ambiente e desempenho nos colectivos (empresas, clubes, associações) têm origem em algo que poucos ousam denunciar em voz alta: a doença do ego ou síndrome de Húbris.»
(adaptação de um texto alheio publicado em: https://www.instagram.com/p/DKA56o6NZCG/)
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